quinta-feira, 10 de julho de 2014

Seis minutos ou 12 anos?






















O futebol é um esporte que carrega multidões ao delírio, fabrica e destrói ídolos numa rapidez incrível, leva meninos recém saídos das fraldas à condição de heróis nacionais e de heróis a verdadeiros fracassos. E a culpa não é deles. Nossa mídia ajuda bastante, mas também não é a principal culpada.
            Em 1994, 1998 e 2002 fomos a todas as finais e vencemos duas delas, mesmo assim ficamos revoltados com o vice na França, achamos que somos únicos, que ninguém pode vencer-nos, afinal somos o país do futebol.
            Vejam que foram três finais consecutivas e agora estamos endeusando a Alemanha por ter chegado a quatro semifinais consecutivas. Uma excelente Alemanha, sem dúvida.
            Afinal, o que mudou? Nossa matéria-prima se extinguiu? Não creio, nossos jogadores seguem abastecendo o mercado europeu, jogando nos melhores times de lá, os grandes da Espanha, Itália,  Alemanha, Inglaterra e França têm brasileiros em suas equipes.
            O futebol mudou e nossos treinadores e dirigentes ainda não perceberam, ou fazem de conta que acreditam que a habilidade, a malandragem, o jogo de cintura de nossos craques vai resolver todas as partidas a nosso favor. Que basta espalhar onze jogadores dentro de campo e está tudo bem.
            Não temos nenhum treinador moderno, adaptado ao novo futebol, a este profissionalismo que está presente principalmente nas seleções europeias e em algumas da América, e ainda por cima temos uma CBF e muitas federações recheadas de aproveitadores interessados em tudo, menos em futebol, mas sim em mordomias, viagens, festas... e por aí vai.
            Não foram seis minutos, Felipão.  Foram doze anos desde a tua conquista no oriente, e de lá prá cá o futebol mudou prá valer, infelizmente não viste, estavas ciente demais que eras o bambambã, o pentacampeão, o dono da verdade... não fora assim, não terias entrado contra a Alemanha com um 4-3-3 arcaico e faceiro. Mantiveste um Fred totalmente inoperante, como fizeste mal para este bom atacante, mantendo-o teimosamente na equipe, expondo-o, praticamente encerraste a carreira dele. Lançaste Bernard às feras, o menino que tem alegria nas pernas, sem uma retaguarda que o abastecesse. Por outro lado deixaste uma defesa totalmente desprotegida, foi de dar pena, as manobras que os germânicos fizeram dentro da nossa área, como se fosse um time jogando contra meninos.
            Levaste incríveis 7 gols de uma Alemanha que vinha vencendo, mas com muitas dificuldades, exceção feita à partida contra Portugal que resolveu partir prá cima deles.
            Ainda bem que tiveste a coragem de enfrentar a imprensa, isso é inegável, mas com declarações patéticas, aquela tabelinha numa cartolina então, que coisa ridícula, mas que bem mostrou o que era a nossa organização para enfrentar a Copa das Copas.
            Podias ter parado com a faixa de penta no peito, mas teimosamente voltaste à cena e terás tua imagem vinculada ao maior fiasco da nossa seleção, pena, foi uma carreira tão rica e vitoriosa.

Ou buscas a reciclagem ou a aposentadoria. Pela tua teimosia terás que optar pela segunda hipótese.  Mas te consola, não vejo ninguém no Brasil para ser o teu substituto, a escola é a mesma.